Na manhã desta quinta-feira (12), o delegado Danúbio Dias, do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), conversou com o GP1 e explicou a dinâmica das mortes de Vitor Gabriel Araújo de Azevedo e do motorista de aplicativo Felipe Camargo Amorim de Sousa, ocorridas no dia 22 de março de 2025, no Residencial Francisco das Chagas, localizado no bairro Torquato Neto.
Conforme a autoridade policial, as vítimas saíram juntas para se encontrar com uma mulher identificada pelas iniciais F.J.O.S., no apartamento de J.P.P.B. Vitor Gabriel pretendia receber R$ 2 mil, valor proveniente do tráfico de drogas.

O delegado relatou que Vitor Gabriel havia pedido ao amigo Felipe Camargo que o acompanhasse até o condomínio para cobrar a dívida da mulher. Na ocasião, ela havia entregue a ele uma motocicleta, que seria devolvida a ela no ato do pagamento do valor de R$ 2 mil. “Felipe Camargo foi convidado a acompanhar Vitor Gabriel até o condomínio Francisco das Chagas, na região do Grande Torquato Neto. O objetivo era cobrar uma dívida de dois mil reais de uma mulher que estava no apartamento de uma amiga. Essa dívida, de acordo com os familiares de Vitor, era relacionada à venda de drogas. A mulher ofereceu uma motocicleta Pop branca como garantia da dívida”, explicou o delegado.
Execução das vítimas
Ainda segundo o delegado, a mulher informou aos criminosos Wenderson de Jesus Sousa Júnior e Talysson Ruan Portela dos Santos, presos nessa quarta-feira (11), que as vítimas estariam no apartamento naquele dia e horário. “Eles surpreenderam Vitor Gabriel e Felipe Camargo dentro do apartamento. Inicialmente, atiraram em Vitor, que estava próximo à porta aberta. Em seguida, levaram o corpo para fora do bloco e efetuaram mais seis disparos contra ele”, relatou o delegado Danúbio Dias.
Queima de arquivo
Felipe Camargo, segundo as investigações, não tinha qualquer envolvimento com organizações criminosas. Ainda assim, foi assassinado pelos integrantes do PCC como queima de arquivo, pois testemunhou a morte de Vitor Gabriel. “Após matarem Vitor Gabriel, eles colocaram Felipe Camargo no carro e o levaram para a região do Rodoanel. Lá, aram a madrugada interrogando-o para tentar confirmar se ele pertencia a alguma facção e decidiram matá-lo”, afirmou o delegado Danúbio.
Prisão dos acusados
Menos de dois dias após o crime, Wenderson e Talysson foram presos em flagrante por roubo. Na ocasião, estavam com a motocicleta de Vitor Gabriel e com um colar pertencente a Felipe Camargo. Os itens apreendidos reforçaram as suspeitas sobre o envolvimento da dupla nos assassinatos. Desde então, ambos aram a ser investigados pelo DHPP, que solicitou a prisão preventiva com base nas provas reunidas.

Além dos dois presos, as mulheres identificadas pelas iniciais F.J.O.S. e J.P.P.B., que teriam envolvimento direto no crime, seguem foragidas. Wenderson de Jesus acabou sendo solto, mas voltou a ser preso por roubo no dia 21 de maio deste ano.
Já nessa quarta-feira (11), Wenderson de Jesus Sousa Júnior e Talysson Ruan Portela dos Santos, acusados pelos dois homicídios, foram localizados na Cadeia Pública de Altos. Os mandados de prisão foram cumpridos por equipes da 2ª Delegacia de Homicídios da Capital, sob a coordenação do delegado Danúbio Dias.
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