Na manhã desta quinta-feira (12), o Knesset, Parlamento israelense, rejeitou um projeto de lei apresentado pela oposição que previa a dissolução do Legislativo. Essa medida levaria a eleições antecipadas.
Quando todos os partidos da oposição apresentaram o projeto de lei em leitura preliminar, o Parlamento israelense o rejeitou por uma pequena margem de votos: 61 parlamentares votaram contra a ideia de autodissolução, enquanto 53 foram a favor. A maioria parecia estar dividida sobre o recrutamento militar para judeus ultraortodoxos.

Mesmo isentos de se alistarem, esse privilégio é cada vez mais impopular na sociedade israelense, especialmente no momento em que o país está em guerra contra o Hamas, na Faixa de Gaza.
O acordo também prevê sanções futuras para jovens recrutas que não atenderem ao chamado, incluindo a proibição de deixar o país e multas.
Após o fracasso na tentativa de derrubar o governo, a oposição terá de esperar seis meses para tentar novamente dissolver o Knesset.
O Likud pressiona o chefe de governo para a adoção de uma lei que force o alistamento de mais membros ultraortodoxos, além do endurecimento das sanções contra desertores do serviço militar.
Shas (sefardita) e Judaísmo Unido da Torá (UTJ, ashkenazi) são os dois partidos ultraortodoxos majoritários que declararam publicamente apoio à dissolução. Porém, Aryeh Deri, líder do Shas, negociava simultaneamente um acordo nos bastidores, segundo observadores.
Bezalel Smotrich, ministro das Finanças, declarou que derrubar o governo em tempo de guerra constituiria um “perigo existencial” para Israel.
“A história não perdoará ninguém que arraste o Estado de Israel para eleições em tempo de guerra”, disse ele, convocando também “irmãos ultraortodoxos” a servirem no Exército. Esta é “uma necessidade existencial, nacional e de segurança” que deve ser atendida “ao mesmo tempo em que se preserva o governo”, acrescentou.
Governo de Netanyahu
A equipe do governo de Benjamin Netanyahu, formada em dezembro de 2022, mantém-se unida por uma aliança entre seu partido, o Likud. A saída em massa dos partidos judaicos ultraortodoxos significaria o fim do governo.
85% dos judeus israelenses apoiavam, em março, uma mudança na lei sobre o alistamento militar, e 41% eram a favor de uma lei que tornasse o serviço militar obrigatório para todos os que estão em idade militar, segundo pesquisa publicada no jornal de direita Israel Hayom.
Ver todos os comentários | 0 |