O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, disse nesta segunda-feira (09), durante discurso em Londres, que os países membros da aliança precisam aumentar em até 400% sua capacidade de defesa antiaérea e antimísseis.
A cobrança acontece em meio a ameaças da Rússia, bem como antecede a cúpula da Otan marcada ocorrer no final de junho, em Haia, na Holanda. De acordo com Rutte, é necessário um “salto qualitativo” nas defesas do bloco diante do risco de ataques russos, como demonstrado no conflito em andamento na Ucrânia.

O líder da Otan também defendeu um aumento significativo nos gastos militares dos países aliados. A proposta apresentada por Rutte prevê que os membros comprometam 5% de seus Produtos Internos Brutos (PIB) com defesa, sendo 3,5% dedicados ao orçamento militar direto e 1,5% a outras áreas relacionadas à segurança. Ele alertou ainda para o risco de a Rússia buscar manter um exército numeroso e experiente, capaz de ameaçar o flanco leste da Otan em menos de cinco anos.
Segundo Mark Rutte, “há a necessidade de um rearmamento significativo para deter uma Rússia cada, que está cada vez mais militarizada”, incluindo milhares de tanques e milhões de munições para repor estoques dos países membros. O posicionamento do secretário-geral da Otan ocorre em meio à pressão dos Estados Unidos para que os países europeus assumam maior responsabilidade por sua defesa.
Em resposta às declarações, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, criticou a organização, classificando-a como um “instrumento de agressão e confronto” e afirmou ainda que o Ocidente estaria exagerando a ameaça russa para justificar o aumento dos gastos militares, o que, segundo ele, resultaria em custos adicionais aos contribuintes europeus.
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